Argentina e Chile na mesma viagem: o roteiro completo pela Patagônia da Miriam
A melhor época para viajar pela Patagônia é durante o verão. Os dias são mais longos; o frio, menos intenso, e todos os passeios mais bacanas pelas geleiras estão em plena operação. A Miriam aproveitou a melhor época do anopara fazer um roteiro completo pela Patagônia de quase duas semanas, visitando as principais atrações tanto do lado argentino, quanto do lado chileno. Usando avião (num roteiro circular), navio e trânsfers, foi uma viagem sem perrengues. Vai pela Miriam:
Texto e fotos | Miriam K
Como sabem, o Chile e a Argentina têm mais de 5 mil km de fronteiras comuns. Assim, há várias possibilidades de visitar os dois países numa só viagem, e a Patagônia é uma delas.
A Patagônia é uma grande região entre a Argentina e o Chile, cujos limites foram definidos em 1881. Boa parte é desabitada e intocada, mas há vários lugares tanto na Argentina como no Chile que possuem boa estrutura hoteleira e turística no geral.
Por estar quase no fim do mundo, faz frio o ano todo, mas de novembro a março o tempo é um pouco mais camarada para nós de países tropicais, embora raramente com temperaturas médias acima dos 10°C.
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O roteiro completo pela Patagônia da Miriam
Viajamos entre o final de novembro e o início de dezembro. Foram 2 noites em Ushuaia (Argentina), 3 noites a bordo do Stella Australis (de Ushuaia, Argentina, a Punta Arenas, no Chile), 4 noites em Torres del Paine, no Tierra Patagonia (Chile), e 2 noites em El Calafate (Argentina).
Fomos de Aerolineas Argentinas: São Paulo (GRU) – Buenos Aires (AEP), Buenos Aires (AEP) – Ushuaia (USH), El Calafate (FTE) – Buenos Aires (AEP), Buenos Aires (AEP) – Guarulhos (GRU).
O transporte terrestre foi feito com trânsfer privativo ou com agências de receptivo locais. O receptivo em Ushuaia foi a Latitud Ushuaia, e em El Calafate, a Límite Patagonia, ambas excelentes.
Contamos com a ajuda da agência Donato Viagens na organização do roteiro.
A viagem
Nosso roteiro completo pela Patagônia começou pela Argentina, em Ushuaia, para passar dois dias antes de pegarmos um cruzeiro Australis até Punta Arenas, no Chile.
Ushuaia é a capital da província da Terra do Fogo, Antártida e das Ilhas do Atlântico Sul na Argentina. É considerada a cidade mais ao sul do mundo com pouco mais de 56 mil habitantes de acordo com o censo de 2010 e é o ponto final, após 3 mil km, da Rota Nacional nº 3, que começa na cidade de Buenos Aires.
Ushuaia é o ponto de partida para várias atividades na região, como a visitação a pinguins e glaciares, e é de lá que partem as expedições para a Antártida. No nosso caso, como íamos continuar viagem, visitamos somente a cidade propriamente dita.
Mala de bordo nas medidas certas
De Ushuaia embarcamos no navio Stella Australis para um cruzeiro até Punta Arenas, num programa de três noites que sai sempre na quarta-feira da Argentina e chega no Chile no sábado. Nunca tinha gostado da ideia de fazer um cruzeiro, imaginando que ficar confinada num barco não era para mim. Entretanto, entrei neste navio, com capacidade para somente 210 pessoas, imaginando que seria simplesmente um meio de transporte para chegar ao Cabo Horn, o ponto mais austral da América do Sul, para ir visitar pinguins, um glaciar e uma ilha por onde passou Darwin quando esteve por aqui. E assim tudo deu certo durante a viagem.
Conseguimos descer no Cabo Horn num dia de calmaria das águas, maré baixa e tempo bom — mas que mesmo nas melhores condições do tempo, tem paisagem desoladora, com muito vento e vegetação rasteira. Não há nenhum animal na ilha, somente aves migratórias.
No barco há palestras sobre a região, explicações sobre os pontos que serão visitados, vários bares e salões onde se pode ficar lendo calmamente, se quiser. Fui pega de surpresa ao saber que não havia wifi. Acho que desde que apareceu a internet, nunca havia ficado 4 dias totalmente desconectada do mundo. Também não há rádio ou TV. É um pouco frustrante no começo, e é estranho ter um celular que não serve para se comunicar com o mundo exterior.
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A nossa próxima parada foi em Torres del Paine, no hotel Tierra Patagonia. A viagem dura cerca de 4 horas para vencer pouco mais que 300 km e ocorre por conta do próprio hotel. Chegando pela estrada temos a impressão que o hotel fica no meio do nada, que tem só uma vegetação rasteira de arbustos. Realmente, o hotel se mimetiza na paisagem à beira do lago Sarmiento, com suas águas cristalinas.
O hotel é do tipo all-inclusive, com dois passeios de meio dia ou passeios de dia todo pela região, com guia, motorista e petiscos. Os passeios têm vários níveis de dificuldade, mas basicamente são para visualização das torres, com caminhadas que vão de 30 minutos até de dia inteiro. Você pode observar as torres de vários mirantes e de cada um deles tem se uma visão diferente. Há também opções para cavalgada e navegação.
Na minha opinião o melhor passeio que se faz com o menor esforço é o chamado Macizo Paine, que dura o dia todo. Vamos de van até o Parque Nacional margeando as montanhas do maciço até chegar ao Lago Grey, onde se faz uma navegação que dura cerca de três horas até o Glaciar Grey. Essa navegação é muito interessante porque vemos inúmeros icebergs flutuando na água que variam de pequenos montinhos até blocos enormes com vários metros de comprimento. Chegando perto, ficamos admirando aquela visão surreal azul bebendo drinks com pedras de gelos ditas milenares.
A última parada do nosso roteiro completo pela Patagônia foi a cidade de El Calafate, que tem como sua principal atração o glaciar de Perito Moreno, no parque nacional de mesmo nome. O mais interessante ali é fazer a navegação para chegar mais perto das geleiras, num passeio que dura mais ou menos uma hora.
Resumindo, a Patagônia é um excelente destino para conhecer durante o nosso verão brasileiro, com a possibilidade de combinar o lado argentino (Ushuaia e El Calafate) com o lado chileno, que têm atrações distintas. A navegação com o cruzeiro Stella Australis, que justamente faz a ponte entre os dois países, é a melhor oportunidade para ver pinguins e glaciares ao mesmo tempo, e pode ser uma oportunidade única de ir até o extremo austral da América do Sul, pois nem todo mundo pretende visitar a Antártida um dia.
Que viagem incrível, Miriam! Até a próxima!
Para seu roteiro completo pela Patagônia:
- Patagônia: como se deslocar entre os destinos (de avião, ônibus e barco)
- 5 roteiros para combinar Argentina e Chile na mesma viagem
- Hotéis na Patagônia: os relatos dos leitores
- El Calafate, a Foz do Iguaçu das geleiras
- Entre Ushuaia e Punta Arenas, pelos fiordes da Patagônia
- Torres del Paine: um roteiro supercompleto (por Quenia)
- Torres del Paine pelo Circuito W: o relato andarilho da Marina
- Patagônia de carro: El Calafate, El Chaltén e Torres del Paine (outra bela viagem do Silvio)
53 comentários
queremos ir no verão para a patagonia
queremos ir para patagônia