Nannai, o luxo de Porto de Galinhas
Imagine um hotel que abre em 2001 com um prédio de 45 apartamentos e uma ala de 14 bangalôs de luxo, interconectados por uma piscina privativa. Agora imagine que, poucos anos depois, esse hotel passa a ter mais bangalôs com piscinas privativas do que apartamentos standard. Pois esta é a história do Nannai. Se o Nannai fosse uma companhia aérea, seus aviões teriam mais assentos na primeira classe do que na turística.
O serviço evoluiu junto com o perfil das acomodações (fiquei bastante impressionado; confesso que não esperava tanto). A única diferença entre o Nannai e hotéis (ainda) mais exclusivos é o número de hóspedes. Mas até isso tem seu lado positivo: não há traços de esnobismo no ar. E mesmo quem se hospeda nos apartamentos acaba vivendo uma experiência de luxo.
A localização
O Nannai ocupa boa parte da praia de Muro Alto, na ponta norte da costa de Porto de Galinhas, 9 km ao norte do centrinho. Não é preciso passar pela vila; há um trevo de acesso a Muro Alto logo que a estrada chega à costa. Há vans que fazem o traslado ao centro da cidade em horários determinados, mediante reserva. Porto de Galinhas fica 60 km ao sul do aeroporto do Recife.
A praia
O Nannai fica em frente ao “filé” de Muro Alto, a parte da praia que é protegida por uma barreira de recife e por isso se torna uma piscina natural quase permanente (mesmo na maré alta não há ondas). A erosão vem comendo a faixa de areia, então na maré alta a praia pode vir até o barranco (o tal “muro alto”) sobre o qual está o hotel. Há espreguiçadeiras e serviço de praia no canto direito, que raramente é engolido pela maré. Caiaque e barcos laser são oferecidos pelo hotel sem custo.
As instalações
A recepção, construída em madeira, prepara você para o que vai encontrar na propriedade. À esquerda, nos fundos, ficam o putting green (campo simplificado de golf), as quadras de esporte e o kid’s club. À frente da recepção encontra-se a academia. A piscina toma a porção mais central do terreno, estendendo-se até a praia. A frente para o mar é ocupada por uma fileira de espreguiçadeiras e cabanas que proporcionam a melhor vista da praia (olhando para a frente você não vê o complexo de Suape, que fica ao longe à esquerda). À esquerda, debruçados na praia, ficam os quiosques de massagem. Ao lado direito da piscina está o restaurante. No caminho entre a recepção e a praia há três gazebos charmosíssimos, decorados com objetos balineses e chineses. O prédio de apartamentos fica do lado direito. Os 14 bangalôs originais ficam logo à direita da piscina. Os demais estão junto à praia ou numa ala que toma toda a extremidade direita do terreno, atrás do predinho.
Os bangalôs
Inspirados nos overwater bungalows dos hotéis da Polinésia Francesa, os 49 bangalôs do Nannai transformam qualquer estada em lua de mel. É automático, inevitável, irresistível. As paredes são de madeira, os banheiros têm banheira, e ao chegar você encontra a cama decorada com flores. A varanda é, na verdade, o seu deck particular com espreguiçadeiras e tudo — de onde você desce em três degraus para a sua piscina particular.
(Confesso que no começo, quando havia só os bangalôs conectados pelo espelho d’água, eu achava a configuração meio Bora Bora em Las Vegas. Mas hoje eu vejo que esta é uma maneira criativa e superlúdica de integrar um bangalô à sua piscina particular.)
Os bangalôs master (que ficam na zona da praia) e os do canto direito são os que oferecem mais privacidade (os corredores do predinho ganharam simpáticas meias-águas de bambu que reduziram tremendamente a exposição da ala.
Calma que não acabou. Para quem acha pouco dos bangalôs, ahn, comuns, tem dois bangalôs master, quase dentro do mar. São duplex e neles a piscina começa na sala.
Os apartamentos
O predinho de três andares (com elevador) contém 45 apartamentos espaçosos, todos com varanda. Apesar de mais convencionais, proporcionam uma experiência diferentes do padrão dos resorts. Há uma predominância de madeira — nos corredores, nas amplas varandas — e a rusticidade da construção contrasta com o conforto dos equipamentos.
(Novo parêntese para reformular meus conceitos. Sempre intuí que quem se hospeda nos apartamentos ficasse com inveja terminal dos habitantes dos bangalôs. Para confirmar isso, desta vez me hospedei num apartamento. Claro que teria gostado mais de ter ficado num bangalô. Mas hoje eu vejo que ficar num apartamento é um jeito acessível de hospedar-se num resort muito mais sofisticado do que qualquer outro na mesma faixa de preço.)
A piscina
É grande e repleta de nichos distintos como toda piscina de resort, mas tem uma densidade de ocupação bem menor. A maioria das espreguiçadeiras está voltada para o mar, então em volta da piscina há pufes, mesas, lugares mais para estar do que para se bronzear. A área de atividades fica ao fundo e não interfere com o sossego de quem está na parte da frente.
Há uma piscina infantil no kid’s club.
Kid’s club
É surpreendentemente bem-montado, para um hotel que recende a lua de mel. É muito bonito (um kid’s club design!), tem um parquinho e uma piscina com toboágua anexos.
Refeições
As diárias incluem café, chá da tarde e jantar. Só há um restaurante, que funciona no sistema de buffet no café da manhã e jantar, e à la carte no almoço.
A apresentação dos buffets é tão bonita que você pode até esquecer que é buffet.
À noite os pratos são acomodados em tachos de cobre. Há muitas estações de comida preparada na hora: sushi, grelhados, massas, pizzas (fininhas, feita num forno a gás). Os ingredientes são bastante nobres. Na noite em que fiquei havia camarões VG ao alho e óleo e lagostins grelhados na hora.
Poucos hóspedes almoçam de verdade. A partir do final da manhã, garçons passam pela praia e piscina com aperitivos de cortesia — caldinhos, canapés… Muitos complementam com algum petisco.
O pessoal pega light no almoço porque às 4 da tarde é servido um chá da tarde, um mini-repeteco do café da manhã. Depois da praia, uma tapioca tem o seu valor…
Bebidas
Todos os hóspedes, tanto dos bangalôs quanto dos apartamentos, são recebidos com uma meia-garrafa de Chandon nacional. O espumante também está presente no buffet do café da manhã.
Em 2010, os refrigerantes eram Coca-Cola e Antarctica, e as cervejas, da Ambev. Caso este item seja fundamental na sua escolha, recomendo contactar diretamente o resort para se informar sobre os acordos vigentes.
O centro náutico
Fica na saída da praia. Fornece caiaque, barcos laser e equipamento para snorkel sem custo.
A sala de ginástica
Fica numa sala refrigerada à esquerda da piscina, no caminho da recepção.
Os passeios
Há um representante da Luck, o maior receptivo de Pernambuco, no lobby. Em 2011, o city tour a Recife e Olinda saía a R$ 40; o passeio à praia dos Carneiros em catamarã, R$ 50. Cabo de Santo Agostinho (com barco e bugue), R$ 99. Guadalupe e ilha de Santo Aleixo (com catamarã), R$ 65. Caruaru com Nova Jerusalém, R$ 99. Maragogi, R$ 45 (o passeio às Galés é pago à parte). Espere pagar mais caro agora.
Como em praticamente todos os destinos do Nordeste, recomendo fortemente alugar um carro e fazer os passeios por conta própria. As distâncias são curtas (Olinda a 70 km, Cabo de Santo Agostinho a 30 km, Carneiros a 60 km, Itamaracá a 90 km) e em três pessoas já sai mais barato do que o passeio organizado.
Um cantinho
As cabanas à beira-mar (que podem ser ocupadas por qualquer hóspede. Não há reserva.)
O hotel Nannai, em Porto de Galinhas…
- É para você: que quer um hotel de luxo sem nariz empinado.
- Talvez não seja pra você: que quer um hotel de luxo com nariz empinado.
Leia mais:
- Os melhores resorts de praia do Brasil em 17 quesitos: escolha o seu
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273 comentários
Olá Ricardo! Parabéns pelo site, está mais bonito. Viajei para Foz em 2013 e o site me ajudou muito.
Desta vez viajo em janeiro/2015 para Porto de galinhas, irei com minha turminha (mãe, marido, filha 18 e duas crianças de 11).
Gostaria de saber se vc ou alguém tem experiências em flats.
Estou pesquisando o Âncora que fica em muro alto, R $ 4000 10 dias.
Acho que o custo benefício é legal. Mas gostaria de referências sobre esse flat.
Obrigada
Olá, Rosana! Quem responde é A Bóia. Se você se refere ao Ancorar, não fica em Muro Alto, mas na praia do Cupe, que tem mar perigoso para banho. Já foi um bom flat quando estava sob a administração do Dorisol, mas hoje é apenas isso que você constatou: um flat baratinho.
Estávamos com grande expectativa em relação ao resort e spa. Compramos da cvc um pacote de 7 dias em fevereiro 3 meses de antecedência, porém 2 dias antes do embarque nós informaram que uma piscina estaria em manutenção. Ao chegarmos notamos que fomos enganados, mais da metade da área de piscinas estava interditada e com barulho de marreta e martelo o dia todo.
E mesmo assim a administração considera que não há perda alguma aos hóspedes, e muita falta de respeito.
Olá, estou planejando minha passar minha lua de mel no Nannai e gostaria de saber sobre o tempo no final de outubro.
Olá, Ana Paula! É bom, veja:
https://www.viajenaviagem.com/2012/10/praiometro-nordeste-caribe/
Estou fechando uma viagem no final de maio com meu marido e filha de 3 anos e estamos quase fechando o Nannai. Lendo os comentarios acima fiquei preocupada com relacao a chuva. Em relacao a atividades para minha filha e descanso para nos dois, voce indicaria mais o Nannai ou Dom Pedro Laguna? Obrigada, Carolina.
Olá, Carolina! São dois resorts com propostas parecidas; o Nannai é mais sofisticado e tem praia mais calma. A época é chuvosa tanto em Pernambuco quanto no Ceará.
Veja:
https://www.viajenaviagem.com/2012/10/praiometro-nordeste-caribe/
Leia sobre a temporada de chuva no Nordeste, o que isso significa:
https://www.viajenaviagem.com/2011/12/na-estacao-de-chuvas-chove-sem-parar-ou-so-um-pouquinho/
Olá, gostaria de uma sugestão, irei em um congresso em Recife e pensei em ficar 3 dias no Nannai e 4 dias em Fernando de Noronha. Melhor ir primeiro a Fernando de Noronha e depois relaxar mesmo no Nannai?
Obrigada
Olá, Natália! Dos dois jeitos dá certo. O Nannai proporcionará um upgrade de conforto; Noronha proporcionará um upgrade de beleza. Escolha o item mais importante para você e deixe esse upgrade para o final.
Riq, boa tarde! Por acaso você já passou no Nannai nesse novo “rolezinho” pelo Brasil? Alguma novidade digna de nota? Vou depois do carnaval… Abraço!
Olá, Guilherme! Quem responde é A Bóia. Neste périplo o Ricado Freire está se concentrando em hotéis convencionais e pousadas; de resorts, visitou alguns que não conhecia (como o Dom Pedro Laguna e o Carmel no Recife) e se hospedou no Pestana Natal porque mudou o sistema. Fora esses, não visitou nenhum.
Valeu A Bóia!
Olá Bóia,
Meu marido e eu iremos a Porto de Galilhas em fevereiro.
Gostamos de mar calmo. Qual a melhor região para se hospedar? Ao Sul da vila, ao norte ou em Muro Alto?
Obrigada
Tatiana
Olá, Tatiana! Nossa praia preferida é o Pontal do Cupe. Por ali estão os hotéis Pontal de Ocaporã e Tabapitanga.
Ola
Estou viajando com minha mãe de 90 anos para o Nannai na primeira semana de dezembro.
Gostaria de saber s/ o acesso a praia e o banho de mar.
Obrigada
Olá, Cristina! Como está explicado no texto e mostrado com fotos, a praia fica em frente ao hotel e não há pedras.
Olá!!! Mesmo temendo ser repetitiva … Rs, primeiro quero parabenizá-los pelo cuidado do site. É sem dúvida perfeito!!!
Eu e minha irmã estamos pensando em curtir o feriado de novembro. E estamos com uma dúvida cruel: corremos o risco de só encontrar casais ou família com crianças? Fora o Nannai alguma outra opção? Obrigada. Abraços
Olá, Rejane! O perfil dos hóspedes do Nannai é mais casais, sim, em qualquer momento do ano. Mas não há porque se sentir incomodada por isso.
Segundo todas as indicações do Ricardo Freire, sempre tão fiéis aos destinos, desta vez escolhemos o Nannai para as férias e escrevo diretamente dele. Estou com meu marido e minha filha de 1 ano e 4 meses.
Talvez algumas coisas tenham mudado desde que o Ricardo fez o post. Acho que vale uma visita e uma grande atualizada.
Público – O Nannai deixou de ser um destino de lua-de-mel para se tornar, em sua grande maioria, dominado por família com crianças, principalmente aquelas que ainda usam carrinho. Um grande domínio de ocupação dos apartamentos que são grandes e bacanas, mas as sacadas, mesmo com telas de proteção em quase toda a extensão, apresentam algum perigo com as cadeiras próximas ao gradil.
A ocupação da piscina é ainda tranquila, mas madrugue se quiser uma cadeira ao sol ou mesmo na sombra.
Serviço – Funcionários estressados e brigando seguem por todas as áreas. A exigencia é tão grande para que o hóspede seja bem atendido que toda a alegria do povo pernambucano fugiu daqui. Me sinto em São Paulo.
Pasme! Com diárias bacanudas de R$800,00 no apartamento, voce tem que pagar pela agua no seu quarto, mesmo não encontrando por diversas vezes água no filtro da Copinha Baby para fazer o leite de sua filha!
Estou seriamente pensando em trocar de hotel nos próximos 4 dias que me faltam.
Nannai, não mais.