Chegando à Europa por Zurique

Chegando na Europa por Zurique

Estou fazendo a primeira parte do périplo de trem pela Suíça a convite (ficarei alguns dias depois soltinho e por minha conta). O convite incluía uma passagem Swiss a Zurique. Achei uma oportunidade interessante para testar essa que é uma das mais novas cias. européias.

Para quem perdeu essa parte da novela: a Swiss nasceu em 2002, logo depois da falência da mitológica Swissair, uma das mais carismáticas cias. aéreas da Europa. Foi fundada a partir de sua subsidiária Crossair (no Brasil, o equivalente seria terem revivido a Varig a partir da Rio-Sul), com participação do governo e de investidores particulares. Depois da sua recuperação, acabou incorporada ao grupo Lufthansa.

A Swiss não exala a sofisticação da antiga Swissair, e nem poderia: foi construída em bases mais pragmáticas, mas continua perseguindo valores bem suíços como pontualidade, organização e praticidade. A própria identidade visual da marca, com as letras sem frescura, alinhadas à esquerda, já comunica que eles não estão para fazer firula. (Parece que vem uma nova marca por aí. Estou curioso para ver como será.)

Quando recebi a programação, mandei um email para a moça do Turismo da Suíça: olha só, acho que não vai dar pra pegar esse trem das 12h13 não. Meu vôo chega ao aeroporto de Zurique às 11h10 e eu ainda vou ter que passar por imigração e tudo. Melhor avisar esse guia que vai estar à minha espera às 15h04 na estação de Montreux que eu provavelmente não vou conseguir chegar.

Pois ela respondeu que ia dar pra pegar, sim. Que o vôo é pontual e os trâmites são rapidinhos. Se não desse, era só eu mandar um SMS pro guia.

Pois bem. O avião saiu de São Paulo no horário — boa notícia.

Na hora que fui reclinar a poltrona, porém, descobri que, apesar de estar na janela, estava no pior lugar do avião: na fileira junto à parede do banheiro, que não reclina. Prenúncio de uma noite ainda mais interminável do que o costumeiro.

Swiss: aperitivoSwiss: aperitivoSwiss: chocolate

O serviço, no entanto, era bem simpático. Comissárias e comissários naturais, atenciosos sem artificialismos. Aperitivo: biscoitinhos. Pedi vinho tinto, era francês.

Swiss: jantar

No jantar, duas opções — frango ou ravioli. Fui de ravioli, estava num bom ponto. O couvertzinho é bem bom. Se eu quisesse, poderia ter tomado mais uma garrafita de vinho, mas meu plano era editar fotos até as baterias acabarem (a do laptop ou a minha, a que viesse primeiro).

Dormi um pouco, mas depois que acordei, umas duas ou três horas depois, não houve almofada de pescoço que me fizesse dormir de novo.

Swiss: café da manhã

O café da manhã veio numa caixinha e estava bom. Senti falta, porém, de passarem mais uma vez com o café. Eu preciso de quantidades industriais de cafeína de manhã.

O pouso no aeroporto de Zurique foi cinco minutos adiantado. E na hora anunciada para a chegada, 11h10, estávamos chegando ao finger. Mágico.

Na saída do avião, agentes de imigração davam uma primeira conferida nos passaportes. Não vi implicarem com ninguém.

Cheguei pelo terminal E, que requer pegar um trem interno para ir ao prédio principal, onde estão os terminais A e B e a saída. Perdi o primeiro, três minutos depois apareceu o segundo. A viagem entre os terminais é rapidinho, não sei se leva mais que dois minutos.

Embarque para o trânsfer no terminal E

Quem não tem vôo de conexão (uma minoria, no caso desse meu vôo), anda mais um pouquinho e, voilà: chega à imigração. Posso ter dado muita sorte, mas fiquei besta. Uma fartura de guichês. Não peguei fila nenhuma. A agente não fez pergunta nenhuma — nem sequer quanto tempo eu ficaria. Só deu uma olhada, carimbou e disse “Welcome”.

Chegando ao saguão das esteiras de bagagem

Ainda não eram 11h35 quando cheguei ao saguão das esteiras. Um painel avisa a previsão de chegada das malas (1 minuto, quando cheguei). Ao lado, um outro painel indica as plataformas de onde sairão os próximos trens na estação anexa.

Painel indicando o tempo para chegada das malasPainel de informação das saídas de trem

Exatamente às 11h46 — trinta e seis minutos depois de chegar num Airbusão lotado — eu já estava com a mala na mão, pronto para sair à procura da estação de onde partiria o meu trem das 12h13.

Saindo do saguão com a mala na mão

Não tem como errar. Você sai pelo saguão e já vê a placa: basta atravessar a rua e já estará na estação.

Zurique: saindo do aeroporto para a estação de trem

Como eu vi que tinha tempo, resolvi ainda enrolar um pouquinho, procurando um caixa automático no saguão de desembarque ou no andar superior. Não achei. A área é dominada pelo câmbio convencional, que paga muito pouco.

Atravessei para a estação de trem. Que é mais do que uma estação de trem: é um shopping (que funciona até aos domingos, uma exceção na Suíça). Qual é a primeira coisa que eu vejo? O caixa automático.

ATM na estação de trem

Pronto. Com meus francos suíços na mão (e já de posse do Swiss Pass desde a saída do Brasil), vou direto para a plataforma 3, designada para o meu trem.

Chegando às plataformas da estação de trem

Não é nem meio-dia — cheguei tão adiantado, que ainda passaria um trem antes do meu…

Ou seja: a moça do Turismo da Suíça tinha por que estar confiante. Eu fiquei bastante bem impressionado com a fluidez do aeroporto; Zurique me pareceu uma bela alternativa para chegar à Europa.

Ricardo Freire viajou à Suíça a convite do Swiss Travel System.

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77 comentários

Oba, mais uma boa referência sobre a Swiss, que experimento semana que vem. Mas com direito a conexão e tudo.

Ainda em relação ao Seatguru, lá eles têm um gabarito de cores, amarelo, vermelho e verde, e por lá vc vê quais as poltronas melhores, com maiores espaços. Foi lá que fiquei sabendo que as poltronas que encostam nos banheiros não reclinam, que as que ficam perto do espaço de serviço são mais barulhentas, etc, etc. um servição, enfim…

Lívia, ótima dica!!!

Riq mto legal que vc foi por Zurique.. agora que me formei (formatura foi na sexta) vou me dedicar a planejar a viagem do próximo ano que vai ter uma ênfase maior na Itália, mas estava planejando em chegar por Zurique, devido ter ouvido só coisas boas daí.
Aproveita a aviagem!

Riq, só pra saber, qual foi a fileira que vc sentou? Passar mais de 12 hrs num assento sem opção de reclinar é dureza ne?

    Alis,

    Entre no site da Seatguru, endereço abaixo, que lá vc terá como ver a aeronave e a companhia que vai viajar, por dentro, com as dicas todas, quais assentos melhores, onde ficam os banheiros, copa, saída de emergência, etc. É uma mão na roda! Só marcamos assento depois de consultar o Seatguru, e nunca nos decepcionamos !

    https://www.seatguru.com/

Ótimo post, realmente a Suíça é diferenciada. Aproveitando, pergunto aqueles com experiência por lá: há opções de diversão para crianças na Suíça (tirando esqui), tipo parques de diversão? Que cidades suíças seriam mais kids friendly?
Obrigado!

    Eduardo, o link https://www.myswitzerland.com/en/interests/family.html oferece um monte de ideias bacanas de hotéis, pousadas e B&B child-friendly na Suíça e excursões divertidas para se fazer com os pequenos, como por exemplo dormir na palha em uma fazenda tipicamente suíça, ordenhar vacas, parques de diversão, entre outras atividades.

    Eduardo, toda cidade civilizada tem atividades para as crianças que moram nela. Para encontrar, é só googlar o nome da cidade com o “with kids”. O link aí da MySwitzerland também ajuda muito.

    Antes de mais nada, porém, o que importa numa viagem com crianças é você conseguir vender a viagem como uma aventura. É preciso transformar todas as experiências do dia a dia — andar de trem, comer coisas diferentes, se comunicar em outro idioma — em coisas tão interessantes quanto uma ida à Disney.

    Leia:
    https://www.viajenaviagem.com/2011/02/como-voce-vende-a-viagem-para-seu-filho/

    No caso da Suíça, ajuda se você for no verão europeu, quando as crianças de lá também estão de férias, e em todo lugar haverá atividades direcionadas a elas.

    Pelo menos no verão, Annecy, já na França, mas bem pertinho da fronteira, pode agradar a crianças de todas as idades.

Riq, temos a tomada para comparar. Agora, compara esse aeroporto com o Galeão!?! Não tem placa, não tem ônibus, não tem trem, a espera pela mala é eterna e tem uma fila indecente para … estacionar o carro! Mas tem avião. Já é um começo!

Como o assunto repercutiu aqui, menciono que os seguintes aeroportos europeus também tem linhas de alta velocidade, confortáveis, partindo de estações DENTRO dos aeroportos para onde vc pode viajar, sem degraus ou metrôs lotados ou ônibus shuttles do aeroporto para outras cidades.

Amsterdam – trens rápidos para Bruxelles, Paris e Berlin.

Milano (Malpensa) – poucos horários direto para Firenze, Bologna e Roma. Frequência deve aumentar em dezembro com mais horários por dia.

Frankfurt – trens velozes para praticamente todas as grandes cidades de Alemanha, vários horários para Berlin, München, Stuttgart, e também trens rápdos para Amsterdam, Bruxelles, Paris, Basle (Suíça)

Fica a dica: se achar uma passagem muito barata e por acaso a estratégia do stopover não der certo, vale a pena combinar avião + trem também nesses aeroportos.

Incrivel, Riq!

Ah! Eu tambem preciso de doses industriais de cafe’ de maha, hehe…

Ricardo, vi que tem uma foto do chocolate suíço que servem a bordo…nham nham…..e outro detalhe, talheres de metal na classe econômica, já é uma grande diferença. Ótima dica.

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