Guia de Budapeste

Postal por escrito: Budapeste

Postais por escrito, 1998

E encerrando a série vintage aqui no Viaje na Viagem, aí vão três textos tirados de “Postais por escrito”, meu livro de 1999 que continha principalmente trechos de diários de viagem. Esta a Budapeste foi em 1998.

Para seu conhecimento: não, o Danúbio não é azul. No máximo, é verde-escuro — e olhe lá.
Mas só os mais pentelhos vão reparar nisso. A função do Danúbio em Budapeste não é ser nome de valsa, mas servir como desculpa para a construção de quatro pontes lindíssimas que ligam a montanhosa Buda à plana Pest.

É tudo tão grandioso — o rio, as pontes, o palácio em cima do morro em Buda, o parlamento à beira-rio em Pest — que você se arrepende de não ter trazido seu helicóptero e sua câmera 180 graus.

Longe do Danúbio, a beleza de Budapeste é menos aparente. Budapeste é como se fosse uma mulher com um vestido chiquérrimo, porém puidíssimo. Tão puído que você demora para perceber que ele já foi chiquérrimo.

Não, não: melhor que isso. Budapeste é uma cidade que você acha num brechó. Você vai lá no brechó de cidades, cata, revira, fuça, e de repente, olha que maravilha: você encontra Budapeste.

Daí você pega Budapeste, mostra para as suas amigas, e ninguém acredita como você pagou tão baratinho por uma cidade tão esplendorosa. Mas, definitivamente, é uma cidade de segunda mão. Lindíssima, mas de segunda mão.

Ótima para você jogar assim com uma cidade muito chique ou muito clássica, tipo Paris ou Viena, e dar aquela quebrada no visual.

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    47 comentários

    Ric Freire, só você para levar pessoas a lugares nunca imaginados… Depois de 15 dias de Espanha, seguindo passo a passo o roteiro que voce me ajudou a montar, desembarquei em Belgrado e , como se nao bastasse, despenquei de Belgrado para Budapeste, um bate-volta de 7 a 9 de outubro, que foi uma novela. Conto quando chegar ao Brasil, é tanta coisa que nem sei se é dia ou noite, muitas emoções… Obrigada e obrigada a Marcie (achei os cremes hungaros que ela deu a dica aqui no blog). Amanha é dia de voltar: Belgrado-Munique-Lisboa-Madri-Rio-Brasilia. Ate breve!!!

    Olá trips( olha a intimidade )! Eu sou uma devoradora do site,mas como tantos fico timidamente no anonimato. Mas dessa vez,tomei coragem e vou me manifestar 😉

    Estou com o roteiro pronto para novembro ( Frankfurt-Budapeste-Viena-Cesky Krumlov-Praga-Dresden-Berlim ), irei usar trem, carro e low cost. A minha questão é:
    E agora com o lixo tóxico chegando em Budapeste?

    Oi Riq: estou ido para Budapeste em outubro seguindo seu roteiro,
    depois Praga e Berlim. Os hotéis estão todos reservados mas não consegui comprar a passagem de trem Budapeste-Praga. Será que é possível comprar para 3 dias após a chegada em Budapeste ou é arriscado? E o trem Praga-Berlim, consigo comprar na Hungria?
    Adoro seu site e viajo com suas dicas desde 2002.
    Beijos, Izabel,

      É impossível comprar pela internet passagens entre o leste europeu. Compre ao chegar.

      É possível comprar Praga-Berlim na https://www.bahn.de/international, mas passagens originadas fora da Alemanha só podem ser enviadas pelo correio, e o nosso correio anda péssimo. Eu só compraria se tivesse 45 dias de intervao entre a compra e a partida.

      Oi Izabel, eu comprei todas minhas passagens no Leste Europeu no dia da chegada em cada lugar, e não tive qualquer problema. Fiz Budapeste/Bratislava, Viena/Praga e Cracóvia/Berlim, e sempre com preços bem mais em conta que os oferecidos on line…

    Esse otimo texto me deixou ainda com mais vontade de conhecer Budapeste. Estou indo em outubro pra la e com muita curiosidade de conhecer. Pelo que ja li parece tudo bem perto, muita coisa se faz a pe. Agora sempre me pergunto uma coisa: como é a comunicação? Fala-se bem o ingles por la?

    texto genial! concordo plenamente, o ideal é combinar Budapest com outra cidade com um pouco mais de glamour 😉

    Eu adorei Budapeste… e vc a descreveu perfeitamente.
    Acredito que agora ela está mais renovadinha e eu a classifico como “cidade potencial”.
    Eu gostei dela pelo fato dela te deixar a vontade (não tem a frescura de Viena).
    Me deu uma saudade das tortas e do café… uhn!!!
    bjs

    Estive em Budapeste em abril, por 4 noites, e fiquei encantado com a cidade, embora naõ tenha correspondido exatamente à minha expectativa (ou talvez por isso mesmo).

    Já havia lido sobre a beleza e a monumentalidade da cidade, a “Paris sobre o Danúbio”, mas a minha surpresa foi grande ao ver que essa beleza e monumentalidade se encontram ainda bastante avariadas, ou gastas, ou puídas, como diz o Ricardo… devo dizer que isso tudo não me fez gostar menos da cidade, pelo contrário, dado o meu fascínio por brechós e coisas puidas e geral, a cidae me agradou de cara.

    É verdade que a cidade passa por um processo de revitalização e restauro (prédios, fachadas, mas também a nivel urbano, como a rua Kiraly e, na mesma região, no limiar do bairro judeu, as galerias Gozsdu, muito bonito, uma sucessão de pátios, recém restaurados) mas a impressão que tive é que é um processo que se inicia apenas, aparentemente há ainda muita coisa por fazer nesse sentido. Acho bem provável que dentro de poucos anos a cidade estará cmpletamente repaginada, ganha-se em beleza, perde-se o lado, digamos assim, pitoresco/”sujo”, que tanto me encanta.

    Parece ainda um pouco com Berlim Leste (sobretudo Mitte) nos primeiros anos após a reunificação, e me parece que a comparação procede, já que Budapeste também foi muito destruída na II Grande Guerra. Aliás, fiquei no Astoria, hotel histórico (chega a dar nome à estação de metro em frente) que foi quartel general dos nazistas (eu disse que gostava de coisas velhas e de lugares impregnados de hitória?), e se não é 100% em termos de conforto (atenção: internet wireless com cartão, paga, caríssima), pelo menos esbanja charme decadente em ótima localização.

    Se alguém tiver interesse (e tempo e paciência), acabei de colocar as minhas fotos de Budapeste no meu álbum flickr:

    https://www.flickr.com/photos/21938431@N04/sets/72157624651862738/

    abraços, breno.

    Ah, já ia esquecendo: não compare com Viena e Praga. Apenas curta Budapeste como Chico curtiu e escreveu. ABS.

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