Noruega
Enviado especial | Hugo Medeiros
Viajar para mim é, sem dúvida, uma das melhores coisas da vida. E algo que sempre me encanta é a capacidade de destruir pré-conceitos e opiniões, que formamos com base em guias e relatos. Muitas vezes, antes mesmo de embarcarmos, já nos sentimos íntimos do destino, e quase temos a sensação de que já o conhecemos, mas quando realmente visitamos...
Foi assim com a Noruega e a Dinamarca. Antes de sair do Brasil imaginava encontrar pessoas sérias, educadas e um pouco “frias”. Pensava em ver belas paisagens, bonitas cidades e passar por deslocamentos longos e cansativos. Acreditava que mesmo no início do verão o frio incomodaria, e a chuva, que é normal no período, tiraria o brilho de alguns lugares.
Copenhagen, Dinamarca
No final, porém, me deparei com uma população alegre, animada e feliz. As paisagens não são apenas belas, mas maravilhosas. As cidades, encantadoras. Desde pequenos vilarejos encravados nas montanhas até as capitais, cada local oferece um charme único. E os deslocamentos se mostraram, às vezes, tão belos quanto os destinos em si.
Flam, Noruega
Alguns trechos de 100 ou 200 km podem ser facilmente percorridos em um dia inteiro, recheado com diversas paradas e alguns piqueniques. O frio era agradável, e mesmo nos dias mais gelados, uma boa blusa foi suficiente. A chuva realmente apareceu, mas foi bem suave. Nos dias de sol, é verdade, tudo ficou mais bonito, mas a chuva em momento algum atrapalhou.
Flam e sobrevôo de helicóptero | Noruega
A melhor época para conhecer a Escandinávia é no período de maio a setembro. Fora desses meses o frio e a neve dominam, e alguns passeios podem ficar mais difíceis, enquanto outros sequer são realizados. Por outro lado, se alguém quiser esquiar e praticar esportes de inverno, pode ter certeza de que terá tudo isso a partir de outubro.
Todos falam inglês. A língua nativa era impronunciável (e ininteligível) para mim, mas com um inglês básico é possível se virar muito bem. No entanto, aconselho sempre sair com o endereço do hotel anotado num papel, assim como endereços de onde você quer ir.
Mas nem tudo são flores. Os dois países são muito caros, principalmente a Noruega. Por isso, ou você paga 35 reais numa cerveja e fica feliz com isso, ou se planeja para aproveitar as barganhas e não ter sustos com o cartão de crédito.
Copenhagen
Fique atento aos horários. Tanto os noruegueses como os dinamarqueses são pontuais. Não estranhe se perder um passeio planejado porque atrasou alguns minutos.
Nos dois países normalmente não existem pessoas para levar as malas, seja nos hotéis ou nas estações de trem. Isso acontece por uma questão cultural e também pelo fato de não existir muita diferença de salário entre um recepcionista e um gerente, não sendo viável economicamente manter uma pessoa apenas para cuidar das malas.
Alguns trens não têm uma parte separada para bagagem, e nesses casos é necessário levantar a mala e colocá-la em cima do seu assento. Por isso, uma regra básica: viaje com uma mala que você possa carregar. Lembrem-se do conselho do Ricardo Freire, leve uma mala média com 4 rodinhas e seja feliz.
Hotel Ullensvang, em Lofthus | Noruega
Ao relatar minha experiência, tentarei apresentar dicas de como economizar e apontar as atrações e hotéis que justifiquem um investimento extra. Na medida do possível colocarei preços em coroas norueguesas (NOK) ou coroas dinamarquesas (DKK), para que a informação seja válida, mesmo que ocorra variação na cotação dessas moedas no Brasil. Hoje 1 real vale 2,68 coroas norueguesas ou 2,46 coroas dinamarquesas. As diárias de hotel que menciono foram normalmente obtidas para um casal no período de 20 a 21 de junho de 2014 (escolhi de forma aleatória), e são apenas um parâmetro, visando auxiliar os futuros viajantes.
Uma dica, para facilitar, pegue os valores em coroas (norueguesas ou dinamarquesas), divida por dois e arredonde para baixo. Ou seja, 900 coroas são aproximadamente 350/400 reais. Não é uma conta exata, mas já dá uma noção.
Nos hotéis também é possível beber água diretamente da torneira. E uma forma de reduzir os gastos é pedir nos restaurantes a “tap water” (água de torneira) que não tem custo. Aproveite ainda para reabastecer sua garrafa de água no almoço, evitando, com isso, gastos desnecessários.
Na Noruega a alimentação é muito focada nos peixes e nos frutos do mar, com atenção especial ao delicioso salmão. Bacalhau normalmente é servido fresco, e na minha opinião não tem o mesmo encanto das bacalhoadas que fazemos por esses lados do Atlântico. A Dinamarca é um pouco mais democrática e abre um espaço maior para as carnes, e os restaurantes que visitei tiveram enfoque gourmet.
Copenhagen
Quem estiver viajando com crianças e resolver levar carrinho, opte por modelos maiores que permitam proteger bem a criança, de preferência com um cocoon. No início e no final do verão existe a possibilidade de ventos frios, e por mais agasalhada que fique, um “cantinho” aquecido e protegido ainda é a melhor forma de cuidar dos nossos pequenos. Em todos os lugares as calçadas são muito boas e o trânsito de carrinhos é fácil. Lógico que algumas cidades possuem morros, mas mesmo assim eu apenas não levaria o carrinho (ou então levaria um modelo guarda-chuva) se estivesse indo no alto verão, já que nesse período não precisamos nos preocupar em proteger nossos filhos do frio.
Diversas informações podem ser obtidas nos sites Visit Norway e Visit Denmark. Além disso vou deixar o contato de algumas pessoas que eventualmente podem auxiliar os futuros viajantes a montarem os seus roteiros, ou explorarem melhor cada destino.
Nesse específico, a primeira pessoa que merece destaque é o Sr. Yngve Sjoberg, que trabalha na empresa Try Norway. Ele é um agente com vários anos de experiência e que sabe praticamente tudo sobre a Noruega. Precisa de ajuda? Mande um e-mail para ele.
Entre Loen e Geiranger | Noruega
No que diz respeito à direção, é expressamente proibido beber e dirigir. As estradas da Dinamarca são muito boas, e as que vi não trazem qualquer dificuldades para nós brasileiros. Já as da Noruega também são excelentes, mas muitas delas foram escavadas em montanhas, razão pela qual, muitas vezes, existe uma pista estreita, de mão dupla, por onde passam carros, ônibus e caminhões. Um detalhe é que não possuem faixa divisora de pistas. Quem vê pode pensar que é uma mão única, mas não é. Respeite sempre o limite de velocidade e nas curvas vá bem devagar, pois pode ser que você encontre um caminhão na sua frente e precise engatar uma marcha ré até um ponto em que seja possível a travessia de ambos.
No verão os dias são longos. Em maio, por exemplo, o sol nascia por volta das 4 horas da manhã e somente ia embora às 22 horas. Já no inverno a situação se inverte, e somente há luz do sol entre as 09/10 horas e 15/16 horas. E com dias maiores, podemos aproveitar ainda mais todas as belezas da Dinamarca e Noruega.
Forte Trekroner | Copenhagen
Até recentemente, se precisasse falar sobre a Escandinávia, mal conseguiria mencionar o nome dos países e suas capitais. Conheci apenas uma pequena parte de ambos os países, mas o suficiente para querer voltar.
A cada dia pensamos saber tudo que precisamos, e repentinamente, numa viagem inesperada, vemos que existe um imenso mundo desconhecido, e que guarda maravilhas tão impressionantes, que uma vez vistas, jamais serão esquecidas. E é para esse lugar que convido todos vocês a embarcarem comigo, nos próximos relatos. Espero que gostem tanto quanto eu destes destinos que, em uma palavra, podem ser resumidos como memoráveis.
Hugo Medeiros viajou a convite de Visit Norway e Visit Denmark.
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