Guia de Mendoza

Guia de Mendoza

Mendoza

Mais do que qualquer outro país do Novo Mundo, a Argentina sempre foi grande consumidora de vinhos. O produto nacional, porém, tinha baixa qualidade.

A situação começou a mudar nos anos 90, quando produtores de Mendoza, com a bodega Catena Zapata à frente, passaram a aplicar as mesmas técnicas que tinham posto a Califórnia no mapa do vinho mundial.

A uva malbec, prata-da-casa que era desvalorizada pelos enófilos, ganhou um novo brilho ao ser plantada em terras mais altas. Pouco a pouco, os críticos foram destorcendo seus narizes. De 20 anos para cá, as melhores bodegas de Mendoza têm assistido à peregrinação de enófilos de carteirinha.

Mas não é preciso ser um connaisseur para aproveitar sua viagem a Mendoza. Pelo contrário. Com 130 vinícolas (bodegas, em castelhano) abertas à visitação, Mendoza é uma eno-disney tanto para iniciados como para iniciantes.

Se você está começando agora a descobrir o universo do vinho, basta organizar suas visitas, e você vai sentir em poucos dias a mesma evolução que Mendoza viveu nas últimas décadas.

E se você já é um habituê de degustações, vai sair de Mendoza pós-graduado em malbec (e vai poder ver como bonarda, cabernet franc, viognier, chardonnay, torrontés e outras cepas se saem na região).

Salud!

A Bóia recomenda:

Quantos dias em Mendoza?

5 dias em Mendoza

Com 5 dias (4 noites), você já faz uma viagem bem redondinha a Mendoza. Um dia você reserva para a excursão de Alta Montanha. Os outros dois dias ficam para degustações, escolhendo duas entre as três regiões vinícolas principais. (Sugestão? Valle de Uco e mais uma: Luján de Cuyo ou Maipú.) Nos horários vagos dá para dar uma voltinha pela cidade.

6 dias em Mendoza

Com 6 dias (5 noites), você pode conhecer Luján de Cuyo, Maipú e Valle de Uco, cada região em um dia, e fazer a excursão de Alta Montanha. Ou manter duas degustações e fazer atividades ao ar livre, como cavalgadas e rafting.

Se você pretende se hospedar numa vinícola (recomendamos!), escolha ficar numa das pousadas do Valle de Uco. Dedique ao menos dois dias do roteiro para conhecer vinícolas do entorno e para aproveitar o hotel, fazendo valer a localização.

Que moeda levar para Mendoza?

A Argentina continua complicada no quesito câmbio. Resumindo bastante a situação:

  • O melhor câmbio é o das cuevas, casas de câmbio paralelo (‘cambio blue’). Na verdade hoje em dia toda casa de câmbio é uma cueva: mesmo se o painel da fachada informar a cotação oficial, vá até o guichê e pergunte a cotação de fato praticada. Você vai encontrar inúmeras casas de câmbio na região central. No câmbio blue de Mendoza, dólar tem melhor cotação que real.
  • Quem quer obter a melhor cotação sem recorrer a cuevas pode enviar dinheiro para si mesmo pela Western Union. Uma boa loja para usar em Mendoza é a do Carrefour da av. Las Heras 748. Abre de 2ª a sábado das 9h às 21h (fecha domingo). Leia sobre como usar Western Union na Argentina.
  • Quem não quer carregar bolos de dinheiro nem passar em cuevas ou lojas da Western Union pode usar cartão global (Wise, Nomad & cia.). Esses cartões são mais vantajosos do que os cartões de crédito convencionais porque o IOF que incide é apenas 1,1%, e o dólar é mais barato. Você paga normalmente as contas expressas em pesos, mas obtém uma conversão pelo menos 10% inferior à que conseguiria numa cueva. Leia sobre cartões globais.
  • Para pagar hotel, porém, o cartão vai ser melhor do que dinheiro. Pagamento com cartão dá direito à isenção de 21% de IVA. Caso você pague em dinheiro, o IVA de 21% será acrescentado à sua conta. Use cartão global. Leia sobre pagamento de hotel com cartão na Argentina.
  • Finalmente: em Mendoza as cias. de remis (carros com motorista) tradicionalmente recebem em dólar cash – ou o equivalente em pesos pela cotação paralela. Ao planejar seus itinerários e escolher sua empresa de transporte, negocie como será feito o pagamento.

Comentários

jose artur de queiroz
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estou interessado em fazer turismo em mendoza .Sou uma pessoa PCD que usa cadeira de rodas e não achei nenhuma informação que falasse sobre acessibilidade em passeios, hoteis, pontos turisticos, e isso me deixa sem noção se vale a pena viajar ou não para essa cidade. Voces tem como me ajudar e as outras pessoas pcd tbm?
vcs poderiam verificar se quais hoteis tem aptos adaptados, onde tem rampas, banheiros publicos, etc. Somos milhares nesse brasil e sempre nos deparamos com as mesmas dificuldades, a falta de informações seguras sobre para onde queremos viajar.
eu gostaria de saber quais hoteis na cidade sao adaptados e se os locias de turismo são acessiveis.
muito obrigado

    A Bóia

    Olá, José! Somos apenas um blog, sediados no Brasil. Infelizmente não temos como acrescentar esse nível de informação nas nossas pesquisas de campo, devido à escassez de tempo e recursos. Da mesma maneira infelizmente não dispomos de informação para veganos, celíacos, mergulhadores, esportistas ou quem viaja com pet. Você pode encontrar hotéis acessíveis colocando esse filtro no Booking. Pode também se comunicar com as vinícolas que você quer visitar perguntando sobre acessibilidade. Todas atendem por WhatsApp. Pode também se comunicar com as empresas de remis que indicamos e solicitar carros adaptados. Se não quiser todo esse trabalho, um bom agente de viagem pode fazer isso por você.

Mario Mateus
Responder

Obrigado Viaje na Viagem, dicas maravilhosas, estou voltando de Mendoza. Gostaria de compartilhar algumas vinícolas que gostamos: claroescuro, cinco sentidos, budeguer, durigutti, finca agostino, michellini i muffato e ruca malen, foram excelentes. Já estivemos duas outras vezes em Mendoza, esse roteiro só foi possível graças a Ivan e Mikaela, da Mendoza Desert Experiences.

Renata Giffoni
Responder

Já fiz as reservas nas vinícolas, meu interesse seria apenas de um guia com carro para nos levar, tem alguma indicação?

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