No mapa está escrito: Praça do Comércio. Mas os lisboetas só conhecem como Terreiro do Paço. De frente para o Tejo, a praça (uma das maiores da Europa, com mais de 35 mil m²) é a ante-sala de Lisboa; passe por baixo do Arco Triunfal da rua Augusta e você adentra a Baixa lisboeta, com seus perfeitos quarteirões desenhados pelos urbanistas do Marquês de Pombal depois do terramoto de 1755.
A região que renovou a Lisboa do século 18 é também o endereço da maior atração da cidade inaugurada no século 21: o Lisboa Story Center (Terreiro do Paço, 78-81, tel. 351/211-941-099; abre todos os dias, das 10h às 20h). Inaugurado em setembro de 2012, o local é um museu interativo onde cada sala é dedicada a um fato histórico, em ordem cronológica. Assim, equipado com um áudio-guia que funciona automaticamente, o visitante ouve -- no seu ritmo, enquanto caminha -- 17 “capítulos” que contam a “biografia” de Lisboa. Estão lá desde a lenda que liga o herói grego Ulisses a uma passagem por aquelas terras, em busca de Aquiles, até a reconstrução da cidade, idealizada pelo Marquês de Pombal, depois do terremoto (perdão: terramoto) e posterior tsunami de 1755. Mas também há espaço para acontecimentos mais leves e divertidos, como o da possibilidade de voo da Passarola, uma espécie de barco com asas criado pelo padre jesuíta Bartolomeu de Gusmão.
Olha a Passarola aí, gente!
Com direito a cenários caprichados e animações com divertida narração, a visita é perfeita para entender a cidade que você vai explorar nos dias posteriores. O passeio dura, em média, 60 minutos (e há uma versão do áudio-guia especial para crianças). Os ingressos custam € 7 (há uma entrada combinada com o Arco da Rua Augusta que sai mais em conta).
Uma rápida caminhada leva à estátua de D. José em seu cavalo, olhando para o rio Tejo. O local, que era uma entrada nobre de Lisboa, com direito a escadas de mármore para os nobres que desciam dos navios, era também onde ficava o Palácio Real e sua importante biblioteca - construções destruídas pelo terremoto de 1755. Foi ali também que, no início de 1908, o rei D. Carlos e seu filho Luís Filipe, foram assassinados. Hoje, basta escolher um dos simpáticos restaurantes e cafés da praça para observar, sem pressa, o movimento. Duas boas opções são o Ministerium (Terreiro do Paço - Ala Nascente 72-73, tel. 351/ 218-888-454) ou a Sala de Provas Vinhos de Portugal em Lisboa (Terreiro do Paço – Ala Poente, tel. 351/ 213-420-690), que oferece degustação de vinhos de diversas regiões do país.
Ali pertinho está a entrada da Lisbon Shop (Rua do Arsenal, 15, tel. 351/ 210-312-802), uma loja situada no Pátio da Galé que vende todo tipo de presente e lembrancinhas tipicamente portuguesas, agradando tanto quem prefere artigos mais tradicionais, como pequenos azulejos e conservas, até um público mais jovem e divertido, com direito a um mash-up cômico da famoso Galo de Barcelos com os passarinhos do game Angry Birds, ou mesmo do galinho com um imenso bigode.
Atravessando a rua, passe para uma pausa no Café-Restaurante Martinho da Arcada (Praça do Comércio, 3, tel. 351/ 218-879-259), fundado em 1782 e famoso por ser onde está a mesa dedicada a um importante habituê da casa, um rapazinho que escrevia, chamado Fernando Pessoa. Várias das obras do autor foram escritas ali mesmo.
Vista da Praça do Comércio a partir do Arco da Rua Augusta
As estreitas escadinhas que levam ao topo do Arco
Dali, alguns passos levam o visitante ao monumento que acompanhou, onipresente, todo o percurso pela praça: o Arco da Rua Augusta (Rua Augusta, 2-10 – Aberto todos os dias, das 9h às 19h). Símbolo do renascimento de Lisboa depois do malfadado terremoto, a construção do arco começou em 1775, terminando um século depois. Numa entradinha do lado direito do arco estão a bilheteria e o elevador. Depois da primeira viagem, uma escadaria leva ao relógio e seu maquinário, além de uma breve exposição de fatos sobre o monumento. Dali ao mirante segue-se mais um lance de escadas, desta vez em caracol, com um simpático semáforo para que ninguém tenha de descer de ré no meio do caminho. Lá de cima, é possível não apenas ter uma linda vista da cidade, mas também ter noção do tamanho das estátuas de Celestin Anatole Calmeis, que representam a Glória coroando o Gênio e o Valor. Os ingressos custam € 2,5 para adultos (há uma entrada combinada com a do Lisboa Story Center, que sai mais em conta).
Seguindo pela rua Augusta, uma série de lojas de roupas, acessórios e restaurantes farão companhia ao visitante até a chegada à Praça do Rossio. Na rua de Santa Justa, um desvio para a esquerda leva você ao mais famoso elevador de Lisboa, que leva ao Chiado (leia mais neste post dos 5 miradouros de Lisboa). Indo em frente, você chega à praça do Rossio. Ali, é praticamente obrigatório um pequeno desvio para conhecer A Ginjinha (Largo de São Domingos, 8 – tel. 351/ 218-862-249), primeira casa a comercializar o licor "oficial" de Lisboa.
A bebida é uma mistura de cerejas portuguesas (as tais ginjas), aguardente, açúcar, água e canela e pode ser tomada com ou sem a frutinha no fundo do copo (é a tradução do “com ou sem” que os atendentes do pequeno balcão vão perguntar depois que você fizer o pedido). Apenas alguns barzinhos servem a ginjinha na cidade. Por favor, não exagere: tenho mais um post de sugestão de como continuar o dia deste passeio.
Heloísa viajou a convite do Turismo de Lisboa.
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